sábado, 23 de outubro de 2010

Delirium relacionado à morte e outros resultados ruins em pacientes idosos

 Uma nova metanálise publicada na edição de 28 de junho do JAMA estabeleceu a associação entre a ocorrência de delirium em pacientes idosos a um aumento do risco de morte, institucionalização, e demência, independente de fatores como idade, sexo, presença de comorbidades e diagnóstico prévio de demência. Este aumento do risco seria mantido pelo menos durante os dois primeiros anos após a ocorrência de delirium.
      Como o delirium pode ser prevenido, é importante identificar os pacientes de risco e implementar estratégias para prevenção.
Além da idade avançada, os fatores de risco para delirium incluem comprometimento cognitivo e alterações visuais. Ainda com objetivo de prevenção, deve-se minimizar a utilização de drogas com efeitos anticolinérgicos, já que estas tenderiam a "baixar o limiar" para ocorrência de delirium. Outras medidas simples que devem ser utilizadas são a redução da estimulação e controle do ambiente, colocando os pacientes em locais mais tranquilos, e fornecendo sempre relógios, calendários e fotografias de familiares para ajudá-los a orientar-se.
      Não se sabe ainda qual o mecanismo através do qual o delirium influencia os desfechos citados acima. É possível que ele seja apenas um "marcador" de uma "reserva cerebral comprometida", apenas tornando mais evidente uma vulnerabilidade que já estaria estabelecida. Ou seja, só apresenta delirium quem "pode" e não quem "quer".

Referências:
Witlox J et al. Delirium in elderly patients and the risk of postdischarge mortality, institutionalization, and dementia: a meta-analysis.


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