Um estudo publicado por Fornai et al em fevereiro de 2008 no periódico Proceedings of the Nacional Academy of Sciences provocou grande excitação na comunidade de pacientes e médicos interessados em esclerose lateral amiotrófica. O grupo da Universidade de Pisa realizou dois estudos, um com camundongos (um modelo animal) e outro com 44 pacientes portadores de ELA. Ao final dos 15 meses de duração do estudo, cerca de 30% dos pacientes usando riluzol (a única droga aprovada até o momento para tratamento da doença) haviam falecido, enquanto que todos os pacientes usando lítio+riluzol haviam sobrevivido. A doença progrediu rapidamente no grupo do riluzol, mas apresentou um retardo importante na progressão no grupo usando também lítio. As doses de lítio (inicialmente 150 mg 2 vezes ao dia) foram selecionadas visando a obtenção de um nível sérico de 0,4 a 0,8 mEq/l. O grupo que utilizou riluzol o fez na dose habitual de 50 mg 2 vezes ao dia.
Um estudo paralelo em um modelo murino de ELA sugere que o efeito neuroprotetor do lítio se baseia no aumento da autofagia, um processo através do qual componentes celulares anormais são destruídos, concomitante ao aumento do número de mitocôndrias recém-formadas não lesadas.
O lítio apresenta uma margem terapêutica muito pequena e deve ser usado sempre sob supervisão de um médico experiente na sua utilização e com monitorização frequente dos seus níveis séricos, bem como dos eletrólitos, densidade urinária e hormônios tireoidianos. O paciente deve estar ciente dos principais sintomas sugestivos de intoxicação, a saber: diarréia, vômitos, tonteira, fraqueza e incoordenação. Mulheres grávidas e aqueles com problemas renais e cardíacos não devem usar este medicamento. Levando isto em conta, caso estes achados sejam confirmados em estudos que estao em andamento, este será um marco importante no tratamento das doenças neurodegenerativas.
Referência: www.pnas.org/cgi/content/full/0708022105/DC1.
Dra Fernanda, estou procurando um neurologista que seja referência em ELA (esclerose lateral amiotrófica) no Rio de Janeiro. Vc poderia me ajudar nisso? Agradeço desde já e deixo meu email:paulotarso2003@gmail.com
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